Ele próprio A criou no Espírito Santo
Verdadeira
criação no Espírito Santo
Referindo-se
à miraculosa origem de Nossa Senhora, em virtude de sua Imaculada Conceição,
observa Fr. Bernard, O. P, que esta foi “uma verdadeira criação no Espírito
Santo, da qual resultaram a mais santa infância e a mais santa adolescência,
como nunca se viu semelhantes, e como jamais se há de ver”
É o
que, em outros termos, afirma São João Eudes: “Assim como Jesus foi
predestinado para ser Filho de Deus por obra do Espírito Santo, assim Maria foi
animada e possuída do mesmo Espírito, desde o primeiro instante de sua vida, o
qual A encheu de suas graças e A santificou sempre mais e mais, durante o curso
de sua infância, para dispô-La a conceber e dar à luz o Verbo Eterno e a ser
Mãe de Deus”
O
santo franciscano Fr. Maximiliano Kolbe (1894-1941), bela e ousadamente
assinala essa íntima união da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade com Nossa
Senhora: “Poder-se-ia quase dizer que a Imaculada é a Encarnação do Espírito
Santo” 76
O
mesmo autor, em outro passo acrescenta:
“Na
alma da Imaculada, o Dispensador de todas as graças — o Espírito Santo —
inabitou desde o primeiro instante da existência d’Ela, assumindo-A e
penetrando-A de tal maneira, que o nome de Esposa do Espírito Santo significa apenas
um remoto, tênue e imperfeito — embora verdadeiro — esboço desta união” E
E
A representou maravilhosamente em todas as suas obras.
Excelso
compêndio da criação
Comentando
a passagem dos Provérbios (VIII, 22-31) usada pela liturgia na celebração da
Natividade de Nossa Senhora, escreve São João Eudes:
“[Maria]
estava presente com o Criador do universo, quando Ele firmava os céus, regulava
o movimentos dos astros, e cercava os abismos; quando formava o ar e os ventos,
e dava consistência às nuvens no alto; quando fixava ao mar seus limites, para
que as águas não ultrapassassem seu termo; quando assentava os fundamentos da
terra.
“Como
se entende isto? De que maneira esta sagrada Virgem estava com Deus na criação
do mundo, e de que maneira fez tudo com Ele?
“Estava
com Deus, porque Ele A levava sempre em seu espírito e em seu coração, e
considerava cuidadosamente todas as perfeições naturais e sobrenaturais
diversamente repartidas entre todas as criaturas, para um dia recolhê-las e
reuni-las todas juntas n’Aquela a quem havia destinado para ser a Soberana do
universo. Por esta razão Santo Epifânio A chama: «Mistério do Céu e da Terra»,
porque Deus pôs nesta maravilhosa Virgem como num resumo e compêndio, tudo o
que há de formoso, bom e excelente na Terra e no Céu” 78
No
mesmo sentido, transcreve o Pe. Jourdain este comentário de um piedoso autor:
“Deus se comprouve na criação dos Anjos, dos Arcanjos, dos Querubins e dos Serafins;
comprouve-se na criação do céu material, dos astros, do sol, da Terra e das
criaturas que ela encerra. Criando todos esses seres, Deus prenunciava sua
obra-prima por excelência, a criação de Maria, que seria Ela mesma o prelúdio
da criação da humanidade do Salvador. Tudo se reportava a Jesus e a Maria, tudo
a Eles representava, tudo preparava sua vinda sobre a Terra para o resgate dos
homens e a glorificação de Deus” .
Simbolizada
pelos píncaros da criação
Sirva-nos
de conclusão este interessante pensamento do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:
“Nossa
Senhora está representada em todas as obras do Criador.
“Contudo,
simbolizam-Na de modo insigne as que o fazem à maneira de píncaro. O que, bela
e harmoniosamente, exprime aquele cântico: «Maria fons, Maria mons» — «Maria
que é fonte, Maria que é monte».
“A
montanha é um píncaro em relação às outras coisas da natureza. Píncaro é também
a fonte em relação à terra, pois esta se alimenta da água que sai daquela.
“E
assim todas as criaturas que são, de alguma maneira, píncaros em relação às
outras, de modo especial simbolizam a Santíssima Virgem, porque em tudo quanto
é d’Ela está presente a nota de píncaro”.
V
Protegei, Senhora, etc.
Repetem-se
as mesmas orações do final de Matinas
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