Sede amparo e refúgio à grei fiel
Nossa
Senhora do Amparo
O
primeiro dos títulos marianos acima mencionados, encontra apropriado comentário
na interpretação que dá o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira à invocação de Nossa
Senhora do Amparo. Assim se exprime ele:
“O
indivíduo desamparado não é apenas aquele a quem falta algo, mas é também o que
recorre em vão a todos os meios humanos para obter o que necessita. Aquele que
se vê imerso numa grave dificuldade, na qual sua vida inteira está empenhada; e
não encontra sustentáculo, arrimo ou apoio terreno algum — este é o indivíduo
desamparado.
“Nossa
Senhora do Amparo é precisamente Aquela que tem particular pena dos que se
acham desamparados, seja do ponto de vista espiritual, seja do ponto de vista
material. Ela, cheia do especial desvelo que têm as mães para com os filhos
necessitados, opera maravilhas para ajudá-los. N’Ela encontram eles o
sustentáculo, o apoio e o arrimo que procuram. Nossa Senhora do Amparo é, pois,
Nossa Senhora de todas as solicitudes, é Nossa Senhora de todas as compaixões,
é Nossa Senhora de todos os instantes em que o homem precisa de algo e a Ela
recorre”.
Maria se fez toda
para todos
Essa
onímoda e constante proteção que a Mãe de Deus nos concede, foi assim exaltada
por São Bernardo: “[Maria] se fez toda para todos; com uma copiosíssima
caridade se fez devedora a sábios e ignorantes. A todos abre o tesouro da
misericórdia, para que todos recebam de sua plenitude: redenção, o cativo;
cura, o enfermo; consolo, o aflito; perdão, o pecador; graça, o justo; alegria,
o Anjo; glória, a Trindade toda; e a própria pessoa do Filho recebe d’Ela a
natureza humana, a fim de que não haja quem se esconda de seu calor”.
E
Santo Afonso de Ligório, insistindo na necessidade de recorrermos ao auxílio de
Maria, nos aconselha uma lindíssima súplica:
“Digam,
pois, todos com grande confiança, invocando esta Mãe de misericórdia, como Lhe
dizia o Pseudo-Agostinho: Lembrai-Vos, ó piedosíssima Senhora, que não se tem
ouvido, desde que o mundo é mundo, que alguém fosse de Vós desamparado. E por
isso perdoai-me se Vos digo que não quero ser o primeiro infeliz, que,
recorrendo a Vós, não consiga o vosso amparo”.
Refúgio dos
cristãos contra toda sorte de inimigos
No
mesmo louvor que ora se comenta, a Virgem Santíssima é também invocada como o
infalível refúgio dos cristãos.
“Desde
o tempo das perseguições — escreve Mons. Dadolle — a Igreja depositou sua
confiança no culto que ela devota a Maria. Esse culto se lê ainda hoje, vivo e
imortal, sobre os muros das catacumbas, onde o encontram estampado em desenhos
e em cores. A imagem da Virgem Mãe, colocada nas principais absides dessas
criptas sagradas, onde a fé dos primeiros cristãos ia se afervorar ou se defender,
mostra-nos que, desde esses primitivos tempos, a sociedade cristã conhecia seu
refúgio seguro contra todas as formas de ataques do inimigo”.
Semelhante
é a opinião do Fr. Garrigou-Lagrange, que diz: “Maria é o socorro dos cristãos,
porque o socorro é o efeito do amor, e Ela possui a plenitude consumada da caridade,
que sobrepuja a de todos os Santos e Anjos reunidos.
“Nossa
Senhora ama as almas resgatadas pelo Sangue de seu Filho mais do que saberíamos
dizer, assiste-as em suas penas e as ajuda na prática de todas as virtudes.
[...] Ela é o socorro, não apenas das almas individuais, mas dos povos
cristãos. [...]
“O
título de Nossa Senhora das Vitórias nos recorda que, frequentemente, sua
intervenção foi decisiva sobre os campos de batalha para libertar os cristãos
oprimidos”
O Refúgio por
excelência
Por
fim, ouçamos novamente o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, cujas palavras são
como um resumo dos ensinamentos que acabamos de considerar: “Ao longo de toda a
sua existência, a Igreja encontrou na Santíssima Virgem sua grande protetora.
“Nossa
Senhora esteve presente nas batalhas onde os guerreiros católicos derrotaram os
exércitos de seus inimigos, e nas lutas dos povos fiéis contra os infiéis.
“Nossa
Senhora está, sobretudo, presente na ininterrupta luta de cada homem contra
seus defeitos, para adquirir maiores virtudes. E ainda que não nos lembremos de
Maria, Ela intercede por nós no alto do Céu, com uma misericórdia que nenhuma
forma de pecado pode esgotar.
“Nossa
Senhora é o perene e contínuo refúgio que jamais se fecha para qualquer pecador.
Ou seja, Ela não é um refúgio apenas para os que tenham cometido faltas leves,
senão que o é também para os autores de pecados de gravidade inimaginável e
para as ingratidões inconcebíveis. Pois é próprio da grandeza da Mãe de Deus,
na qual tudo é admirável e extraordinário, o ser um imenso e perfeito refúgio.
“Desde
que o pecador se volte para Ela, a Virgem Santíssima, cheia de bondade, o
protege, concede-lhe toda espécie de perdão, limpa-lhe a alma, dá-lhe forças
para praticar a virtude e o transforma de filho pródigo em homem bom e fiel”
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